
Existe um certo charme em revisitar o passado - e no cinema, essa premissa tem rendido boas histórias, especialmente no gênero do horror. Desde que Halloween (2018) iniciou a onda dos chamados “remakes legado”, os fãs de slasher têm sido presenteados com produções competentes, como Pânico (2022) e o mais recente Premonição: Laços de Sangue. Agora, é a vez de Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (2025) entrar para essa lista.
A nova produção é uma sequência direta dos longas originais de 1997 e 98. Sob a direção de Jennifer Kaytin Robinson, o filme atualiza a trama com o retorno do infame assassino conhecido como “O Pescador”, cuja arma característica continua sendo o gancho. O ponto de partida também permanece familiar: um grupo de amigos, durante as comemorações do feriado de 4 de julho, se envolve em um acidente de carro e decide esconder o ocorrido, deixando a vítima morrer sem socorro. Um ano depois, a jovem Danica (Madelyn Cline) recebe uma misteriosa mensagem: “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado” - e a contagem de corpos começa.
O filme acerta ao modernizar sua narrativa, sem perder o espírito do original. O roteiro é direto ao ponto e, diferentemente da versão de 1997, o assassino aqui não é uma figura praticamente invencível. Os protagonistas reagem, lutam e oferecem resistência, o que cria um clima mais tenso e imprevisível.
Outro acerto é a forma como o longa conecta sua trama ao filme original. De uma forma perfeitamente crível em tempos de redes sociais, o longa cria a porta ideal para a entrada de dois personagens legado: a final girl Julie James (Jennifer Love Hewitt) e seu parceiro Ray Bronson (Freddie Prinze Jr.). Aliás, os fãs da produção vão se esbaldar nas inúmeras referências que o filme traz, além de expandir o universo cinematográfico.
Com coragem (sem spoilers), o filme apresenta uma reviravolta ousada que poucos slashers tiveram audácia de explorar. Apesar de um terceiro ato um pouco desconjuntado, Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (2025) entrega o que promete: tensão, nostalgia e mortes criativas. Uma produção que, mesmo com tropeços, consegue aquecer o coração de quem aprecia um bom e velho slasher.
Avaliação: ★★★ (bom)